O Ministério Público do Trabalho (MPT), em conjunto com a Superintendência Regional do Trabalho (SRTb/PE) e a Polícia Federal (PF), realizou uma operação que resultou no resgate de oito trabalhadores em situação de trabalho análoga à escravidão, no município de Exú, no Sertão do estado. Os trabalhadores, envolvidos na extração de madeira para empresas do Polo Gesseiro do estado, foram encontrados em condições desumanas, vivendo em alojamentos precários no meio da área de caatinga.
As condições foram descobertas após denúncia da PF ao MPT, que obteve informações através de imagens captadas por drone. Os alojamentos improvisados pelos trabalhadores não possuíam instalações sanitárias adequadas nem proteção contra animais peçonhentos da região. Além disso, não havia acesso a energia elétrica ou água potável, dependendo apenas de um reservatório com água não tratada.
O grupo resgatado, composto por oito homens, incluindo idosos, vivia nessas condições por cerca de 30 dias, recebendo pagamento apenas após esse período, de acordo com a produção obtida. O valor recebido pelo trabalho era extremamente baixo, cerca de R$ 18 por metro cúbico de madeira extraída.
Como parte do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), está previsto o pagamento de indenização por danos morais individuais aos trabalhadores, além de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 15 mil. Os trabalhadores também receberam três parcelas do Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado e foram assistidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Exú.
Da CBN