Afogados da Ingazeira

Um toque de saudade com Naldinho Rodrigues

A canção “Flor de Lis”, composta e interpretada pelo renomado artista brasileiro Djavan, é uma obra que transborda emoção e poesia. A música , lançada em 1976, faz parte do álbum “A voz, o violão, a música de Djavan” e é uma das mais conhecidas do cantor alagoano.

A letra fala de um amor que chegou ao fim, e o eu lírico expressa sua dor e perplexidade diante do término inesperado de um relacionamento que ele acreditava ser profundo e verdadeiro. “Flor de Lis” é uma das melhores música do cantor, além de ser uma das mais ouvidas por fãs e admiradores, até os dias de hoje. “Flor de Lis” tem um boato a seu respeito, com o qual Djavan tem que lidar e desmentir por várias e várias vezes. Circula pela internet, desde 2008, que a canção teria sido feita após o cantor e compositor perder a esposa (Maria) e a filha (Margarida), durante o parto da amada, o que, não é verdade. Isso se dá devido ao refrão que diz: “Do pé que  brotou Maria, nem Margarida nasceu”.

De acordo com o tal boato, o artista teria que escolher entre salvar a vida de uma ou da outra, durante o suposto parto. Ele teria pedido ao médico que salvasse as duas, mas isso, segundo a história fantasiosa, não foi possível e ambas acabaram falecendo. “Flor de Lis”, na verdade, não foi baseada em nada disso, que os tumultuadores da internet disseminaram por aí. Em 2010, o próprio Djavan comentou sobre o boato: existe uma explicação completamente falsa, nada daquilo jamais aconteceu, não é uma experiência pessoal, é uma invenção. De um modo geral, as minhas composições não falam de mim mesmo. É claro que eu não posso negar que estão embutidas até coisas da minha experiência de vida, até coisas que realmente aconteceram, mas não são autobiográficas, de modo algum, essa não é a intenção”, reforça Djavan.

“A primeira vez que eu li isso fiquei muito assustado. As pessoas realmente têm muita criatividade”, desabafa o cantor e compositor, sobre a alta capacidade de alguns para se espalhar fake news por aí. No início da canção, o personagem de “Flor de Lis” faz uma súplica a Deus, arrependido de algo que teria feito com sua amada, mas que não fica claro o que houve, através da letra. De qualquer maneira, ele se confessa arrependido e pede perdão.

Em um determinado trecho, o eu lírico reconhece, mais uma vez, seu erro, embora não saiba apontar onde teria cometido tal equívoco. E o personagem ainda garante que, apesar do erro, garante que amou, intensamente, o que fica claro na repetição: “eu só sei que amei, que amei, que amei, que amei”.

Vale lembrar que, de fato, Djavan foi casado com uma mulher que se chama Maria e ainda está viva. Eles se separaram em 1998. No entanto, ele se casou com ela em 1972, quatro anos antes da composição da música, o que reforça que, a letra de “Flor de Lis”, não coincide em nada com sua então esposa, Maria Aparecida dos Santos Viana. Além disso, vale ressaltar, para derrubar de vez qualquer boato, não há qualquer esposa ou filha falecida na biografia de Djavan Caetano Viana.

Ao comentar sobre o significado da música, Djavan contou sua verdadeira intenção com a letra e falou, ainda, sobre o refrão para alguns, polêmico: eu nunca tive por essa música uma impressão de tristeza, embora ela fale sobre um grande amor que não aconteceu.

É uma música que conta uma história, de maneira leve, e a confusão é isso (com o refrão), mas ele não está se lamentando. Ele (o personagem) está concluindo a história que acabou de contar, explica, de forma clara e objetiva, o cantor e compositor. Portanto, a verdadeira e real história da canção é simplesmente o seguinte: o personagem cometeu um erro que, na visão de sua amada, foi muito grave e imperdoável. Então, tudo não passou de uma bela fantasia de imaginação.

Agora, não podemos negar, que tanto a letra quanto a música, são arretadas de boas…(FLOR DE LIS).

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