Abrigado por escolha própria no Senado depois de o ministro do STF, Alexandre de Moraes, bloquear suas contas bancárias por descumprimento de ordens judiciais, Marcos do Val (Podemos-ES), disse nesta segunda-feira que dorme no prédio da instituição por medo de ser assassinado e não ter condições de pagar as despesas de seu imóvel funcional.
“Nos bastidores do crime, sou o próximo PC Farias. É muito provável que serei assassinado“, afirmou o congressista, em alusão ao tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992), assassinado em 1996, aos 50 anos, em Guaxuma, no litoral norte de Maceió (AL).
Questionado sobre quem teria interesse em matá-lo, o congressista disse que não poderia revelar, mas que temia por sua vida e de sua família, o senador se divorciou há 2 meses e tem uma filha, cuja idade não divulgou.
Do Val afirma achar que pode ser morto porque supostamente “sabe demais”. Disse que houve fraude nas eleições de 2022 e intervenção do FBI para eleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Não apresentou provas.
Em seu gabinete, adornado com katanas (nome dado às espadas usada por samurais, uma classe de guerreiros já extinta no Japão), réplicas de peças do Império Romano e balas de revólver, Do Val declarou ser vítima da perseguição de Moraes, a quem atribui ter “problemas mentais“ e ser motivado pelo “ódio“.
Depois de mandar bloquear as contas bancárias do senador, Moraes autorizou, em 27 de agosto de 2024, que o congressista recebesse 30% de seu salário (cerca de R$ 13.000 dos R$ 44.000 a que tem direito). Ele é suspeito de obstrução de Justiça depois de realizar publicações nas redes sociais em que expõe o delegado da PF Fábio Schor, principal responsável pelas investigações contra Jair Bolsonaro (PL).
Nas redes sociais, junto da imagem com a foto de Fábio Schor, Do Val escreveu: “Ele é o responsável por prender patriotas inocentes e fazer milhares de crianças chorarem por causa da ausência de seus pais”.
Do Val apresentou um suposto extrato de sua conta bancária negativa em quase R$ 50 milhões. O motivo seria o bloqueio determinado por Moraes. Disse não ter condições financeiras de arcar com as despesas de seu imóvel funcional. Por isso, prefere dormir no tapete do Senado, do lado de fora do plenário.
Do Poder360