O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, questionou neste sábado (26) o acidente doméstico sofrido pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o acusou de usar o evento como “álibi” e “engano” para impedir a inclusão do país sul-americano entre os parceiros do Brics em reunião de cúpula realizada em Kazan, na Rússia.
“Fontes diretas e próximas do Brasil me informam que o presidente Lula da Silva manipulou um suposto acidente para usá-lo como álibi para não comparecer à recente cúpula do Brics, e que essa versão não passou de uma farsa para perpetrar o veto contra a Venezuela”, afirmou em um comunicado divulgado nas redes sociais.
O presidente brasileiro cancelou a viagem à Rússia para a cúpula do Brics durante esta semana por recomendação médica após sofrer um acidente doméstico em que bateu a nuca e precisou receber cinco pontos. Três dias após o acidente, a equipe médica indicou que o presidente está em situação “estável” e “apto” para exercer a rotina de trabalho.
O governo de Nicolás Maduro considerou “uma agressão” o veto do Brasil à inclusão da Venezuela no novo grupo de países parceiros do bloco. O Brics originalmente foi formado por Brasil, Rússia, China e Índia, acrescentando a África do Sul pouco tempo depois.
O assessor Internacional de Lula, Celso Amorim, disse que o veto tinha relação com uma “quebra de confiança” por parte do regime de Maduro. De acordo com Amorim, o venezuelano prometeu a Lula divulgar as atas eleitorais da votação de 28 de julho, na qual ele foi proclamado presidente reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — controlado pelo chavismo — em meio a denúncias da oposição de fraude. Até o momento, o órgão não publicou as atas, como a lei exige.