O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, que foi executado com dez tiros de fuzil no Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, era investigado por lavar R$ 80 milhões da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio da compra de 40 imóveis, helicóptero e lanchas.
A informação consta em relatório final do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil de São Paulo, apresentado em novembro de 2022. O documento oficial foi obtido com exclusividade pelo Diario de Pernambuco.
Gritzbach também era suspeito de envolvimento na morte de duas lideranças do PCC e passou a ser considerado inimigo da facção criminosa.
Denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), ele havia fechado recentemente um acordo de delação premiada e já sofria com histórico de ameaças.
O empresário foi assassinado em um atentado na saída do Terminal 2 do aeroporto, às 16h07 de sexta-feira (8). Atingido por uma bala perdida nas costas, o motorista de aplicativo Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41, também morreu. Outras duas pessoas ficaram feridas.
A investigação do Deic afirma que Gritzbach, então corretor de imóveis e proprietário de empresas do ramo imobiliário, foi cooptado por integrantes do PCC para ocultar bens adquiridos com o tráfico de drogas. Ele atuava principalmente no Anália Franco, bairro rico da zona leste da capital paulista.
Segundo a Polícia Civil, o empresário usava familiares como laranjas nos contratos imobiliários. Alguns pagamentos também eram realizados em dinheiro vivo, com cédulas sendo transportadas em sacolas plásticas e por pessoas desconhecidas.
Os outros bens “adquiridos de mesma forma espúria” eram um helicóptero Eurocopter Deutschland, ano 2001, e duas lanchas: uma Cimitarra 64, de 2017, e outra Motorboat, fabricada em 2011. À Justiça, a polícia pediu o sequestro de R$ 80 milhões dos envolvidos.