Após meses de especulação, a governadora Raquel Lyra vai se filiar ao PSD em março, logo depois do carnaval. O ato está previsto para o dia 10 de março, e deve contar a presença de lideranças nacionais, como o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, e o ministro da Pesca e Aquicultura do Governo Lula, André de Paula, dirigente estadual da sigla.
Os acenos entre a governadora e o PSD datam do ano passado. Lyra nomeou Cacau de Paula, filha de André de Paula, como secretária estadual de Cultura, e filiou seu então secretário de Turismo e Lazer, Daniel Coelho, ao partido para disputar a prefeitura do Recife. O apoio a candidatura de Mirella Almeida (PSD) à prefeitura de Olinda e a aliança com o antecessor, professor Lupércio (PSD), também sustentaram a boa relação.
Em contrapartida, a relação entre Lyra e PSDB foi enfraquecendo ao longo do último ano. A governadora não poupou críticas à oposição ostensiva feita pelos tucanos ao presidente Lula (PT), de quem Raquel tem se aproximado, e chegou a afirmar que a legenda “diminuiu de tamanho” à nível nacional.
Na visão do cientista político Hely Ferreira, a saída consolida o enfraquecimento do PSDB, em especial à nível estadual, enquanto a governadora se beneficia com a desejada base do Governo Lula, e o PSD ganha um ponto de partida sólido para crescer no Estado. Segundo informações extraoficiais, inclusive, Raquel deve assumir a presidência estadual do PSD.
“O impacto que causa é o fortalecimento do partido em Pernambuco e, consequentemente, o enfraquecimento do PSDB, que já não era tão forte no estado. Embora tenha feito prefeitos na eleição passada, não é um partido com muita representatividade aqui, de modo que o PSD sai ganhando muito mais”, avaliou.