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Pesquisa diz que geração Z não quer mais saber de CLT

Horas fixas, salários baixos, falta de sentido no trabalho e pouca flexibilidade. Esses são apenas alguns dos motivos que estão levando a Geração Z — jovens nascidos entre 1995 e 2010 — a rejeitar o modelo tradicional de emprego com carteira assinada. Em vez de seguir o caminho trilhado por seus pais e avós, muitos estão preferindo alternativas como o empreendedorismo, o trabalho freelancer ou mesmo a informalidade.

Uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com base em dados do Datafolha, confirma o movimento. Mais de 60% dos jovens preferem trabalhar remotamente ou com horários flexíveis, algo raro no regime tradicional. Já quase metade dos que estão atualmente empregados sonha em mudar de área ou tipo de vínculo. A lógica da escala 6×1, com jornada de seis dias de trabalho e um dia de folga, tem sido encarada como “prisão”, não como garantia.

Para o sociólogo e economista Vinícius do Carmo, o embate da Geração Z não é exatamente com a carteira assinada, mas com os valores que ela carrega. “A rebeldia é própria da juventude, mas revela algo mais profundo: um conflito com o que a CLT representa — subordinação, disciplina, cumprimento de jornada. A Geração Z deseja ser o sócio produtivo, não ser obrigada a trabalhar em qualquer função.”

Ele alerta, no entanto, para um risco: “Há confusão entre a necessidade de trabalhar e a proteção que a CLT oferece. Muitos veem a informalidade como liberdade, mas ignoram o que se perde em termos de seguridade social.”

A resistência da Geração Z à CLT impõe um desafio duplo: enquanto empresas tradicionais precisam adaptar seus modelos para atrair e reter jovens talentos, o Estado se vê forçado a repensar políticas de regulação, qualificação e previdência. É o que sintetiza Vinicius do Carmo. “As grandes empresas já começam a se adaptar, mas ainda haverá muito ajuste. A Geração Z não é um bloco coeso, mas traz um recado claro: os arranjos tradicionais de trabalho não respondem mais às suas expectativas de vida.” As informações são do Correio Braziliense.

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