A recente rejeição das contas do ex-prefeito e atual deputado estadual Luciano Duque (SD) pela Câmara Municipal de Serra Talhada, com um placar expressivo de 13 a 4, mostrou, mais uma vez, como a política local é marcada por disputas e articulações que atropelam o mérito técnico.
Enquanto o Tribunal de Contas do Estado recomendava a aprovação das contas, a Câmara decidiu por outro caminho.. Nos bastidores, não faltaram relatos da atuação direta da prefeita Márcia Conrado (PT), que mobilizou seus vereadores com força até a véspera da votação. As imagens e registros não deixam dúvidas: houve uma operação para garantir o resultado que interessava ao seu grupo.
Nesse cenário turbulento, marcado por rancores e disputas, a ausência de José Patriota pesa muito. Ele, sem dúvida, teria sido a ponte entre os diferentes lados, promovendo o diálogo, a conciliação e o respeito às instituições. É exatamente aí que sentimos profundamente a sua falta.
Patriota foi uma das maiores referências do municipalismo em Pernambuco e do território nacional. Com seis mandatos como presidente da Amupe, duas gestões como prefeito de Afogados da Ingazeira e com cadeira no conselho político da CNM – Confederação Nacional dos Municípios, ele era reconhecido pela habilidade de articular consensos, mediar conflitos e fortalecer as instituições, mesmo em meio a crises políticas.
Se estivesse vivo, é quase unânime entre políticos e observadores que ele teria buscado um caminho diferente para essa guerra política que se instalou em Serra Talhada. Não para interferir, mas para mediar, acalmar os ânimos e buscar uma solução que preservasse a dignidade das instituições e o interesse público.
Hoje, diante desse cenário de descrédito na boa política e de desrespeito entre as instituições, fica a lição do legado do pajeuzeiro José Patriota: fazer política com responsabilidade, respeito e foco no fortalecimento dos municípios e das pessoas que neles vivem.
Do Junior Campos