As redes sociais se tornaram parte do cotidiano de adolescentes, mas um novo estudo revela que meninas sentem de forma mais intensa os impactos emocionais do uso de Instagram, TikTok e outras plataformas. Apesar de perceberem efeitos negativos, como a pressão estética e a comparação constante, muitas ainda mantêm uma visão neutra sobre o uso das redes, o que pode dificultar o reconhecimento de sinais de sofrimento.
Publicada em março na Revista de Comunicación e conduzida por estudiosos da Universitat Pompeu Fabra, na Espanha, a pesquisa chegou a essa conclusão após aplicar uma enquete a 1.043 adolescentes, com idades entre 12 e 18 anos, buscando avaliar a percepção do impacto das redes em vários aspectos da vida, com perguntas que tinham pontuação de 1 a 5, do mais negativo ao mais positivo.
De modo geral, a pesquisa mostra que adolescentes, tanto meninos como meninas, têm uma percepção neutra do impacto das redes: ao mesmo tempo que percebem aspectos negativos, como pressão pela imagem e aparência física, os pontos positivos ajudariam a compensar os negativos. Nos aspectos considerados bons, as pontuações mais altas foram dadas à capacidade de organização de grupos e à sensação de pertencimento, já o bem-estar ficou com as notas mais baixas.
A exposição intensa nas redes sociais pode aumentar o risco de ansiedade, distorções de imagem e até sintomas depressivos, além de gerar impactos emocionais profundos, especialmente numa fase em que a identidade ainda está sendo construída.