O pastor Aijalon Berto Florêncio, que atua em Igarassu, no Grande Recife, foi condenado pela quarta vez por crimes de racismo e transfobia, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), três das quatro sentenças foram proferidas apenas entre julho e agosto deste ano, totalizando penas de 12 anos de prisão em regimes aberto e semiaberto, além de multas e indenizações que chegam a R$ 133 mil.
A decisão mais recente, de 6 de agosto, se refere a uma transmissão ao vivo de 2021, em que o pastor ofendeu uma mulher trans com termos pejorativos e desrespeitou sua identidade de gênero. O caso resultou em seis anos e três meses de prisão em regime semiaberto, além de indenização de R$ 16,5 mil. Três dias antes, outra sentença já havia condenado o religioso por injúria qualificada contra um dançarino, a quem chamou de “feiticeiro” e “macumbeiro” em um vídeo e em comentários no Instagram.
As duas primeiras condenações também envolveram ataques a religiões de matriz africana. Em julho deste ano, o líder religioso foi sentenciado por discurso discriminatório contra o candomblé, após uma postagem em que ofendeu o orixá Ogum. Já em setembro de 2023, recebeu a primeira condenação por racismo, ao associar praticantes dessas religiões a “demônios” e “animais abomináveis”. Na ocasião, a Justiça determinou uma indenização de R$ 100 mil por dano moral coletivo. O MPPE reforçou que “a liberdade religiosa não pode ser usada como justificativa para incitar ódio e intolerância”. A defesa do pastor ainda não se manifestou sobre as condenações que ainda cabem recursos.