A mais recente pesquisa da Real Time Big Data escancarou um cenário que parece cada vez mais consolidado: João Campos (PSB) larga na frente na corrida pelo Governo de Pernambuco. O prefeito do Recife aparece com ampla vantagem em todos os cenários simulados, enquanto a governadora Raquel Lyra (PSD) enfrenta um quadro delicado, com altos índices de rejeição e dificuldades para ampliar seu eleitorado.
O instituto destaca que João Campos combina 33% de voto consolidado com baixa rejeição (28%), fórmula que lhe garante competitividade. Já Raquel soma apenas 16% de voto consolidado, e o maior entrave: 48% de rejeição.
Para piorar a situação da governadora, a pesquisa em questão foi realizada depois do polêmico voto de Pedro Campos, irmão de João Campos, na chamada PEC da Blindagem, o que pode ser um indício de que o ato do parlamentar não prejudicou o irmão. Ao menos não em um primeiro momento.
Como está a disputa hoje
No levantamento estimulado, João Campos aparece com 59% das intenções de voto, contra 24% de Raquel Lyra. Mais atrás surgem Gilson Machado (PL) com 5%, Ivan Moraes (PSol) e Eduardo Moura (Novo), ambos com 3%.
- Quando o confronto é direto, a diferença aumenta ainda mais: 63% para João Campos contra 27% da governadora.
- Entre os demais candidatos, a rejeição é ainda maior: Gilson Machado é descartado por 55% dos eleitores, enquanto Ivan Moraes e Eduardo Moura ainda sofrem com a falta de conhecimento da população.
A imagem do governo Raquel Lyra
A avaliação da gestão estadual ajuda a entender as dificuldades da governadora na disputa. O estado se mostra dividido: 48% aprovam e 48% desaprovam a administração.
Na escala de avaliação:
- 25% consideram ótimo ou bom;
- 43% avaliam como regular;
- 29% classificam como ruim ou péssimo.
Esse empate técnico entre aprovação e desaprovação indica que Raquel não consegue converter sua gestão em ativo eleitoral sólido.
Votabilidade: quem pode crescer?
O cruzamento dos dados mostra que João Campos já tem espaço consolidado e margem para avançar, pois 34% ainda poderiam votar nele. Raquel, por outro lado, encontra uma barreira: apenas 29% poderiam votar, mas quase metade do eleitorado descarta qualquer chance de apoiá-la.
Gilson Machado tem quadro semelhante ao de Raquel, só que mais grave, com rejeição majoritária. Já Ivan Moraes e Eduardo Moura aparecem como nomes pouco conhecidos, fator que pode dificultar uma virada de jogo.
O que Raquel Lyra precisa fazer para reagir
A pesquisa deixa claro que a governadora terá de mudar de estratégia se quiser encurtar a distância para João Campos:
- Reduzir rejeição: trabalhar na comunicação política para tentar reverter a imagem negativa junto a quase metade dos eleitores;
- Melhorar avaliação do governo: entregar resultados concretos e de impacto no cotidiano da população, especialmente em áreas críticas como saúde, transporte e segurança;
- Ampliar voto consolidado: hoje, apenas 16% dizem que votariam nela com certeza. Esse índice precisa crescer rapidamente para que tenha alguma chance no segundo turno;
- Aproximar-se de nichos eleitorais: conquistar bases no Recife, onde João Campos tem maior influência, pode ser essencial;
- Construir narrativa competitiva: mostrar-se como alternativa viável e não apenas como oposição ao prefeito da capital.
A fotografia atual mostra João Campos em situação confortável, mas as eleições ainda estão em construção. Para Raquel Lyra, o desafio é enorme: precisa não só defender seu governo, mas também conquistar eleitores que hoje a rejeitam. A campanha promete ser marcada por estratégias agressivas de comunicação e por disputas narrativas sobre quem tem mais condições de liderar Pernambuco.