Em um período de dez anos, as notificações de violência contra pessoas idosas em Pernambuco dispararam 589%, segundo dados do Boletim População Idosa, lançado pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) nessa quarta-feira (1º), no Dia Nacional do Idoso. No Nordeste, o crescimento foi de 388% entre 2013 e 2023, acima da média nacional, que foi de 250%.
Segundo o levantamento, Pernambuco fica atrás apenas do Ceará (1.850%) no aumento de denúncias. Já Piauí (10,29%), Maranhão (29,07%), Paraíba (34,07%) e Rio Grande do Norte (39,53%) tiveram crescimentos mais moderados.
“Quanto mais a população se conscientiza, mais se intensificam as denúncias de violência, tanto as mais comuns, como abandono e negligência, quanto àquelas que são consideradas fora do comum, como golpes”, afirma a Gestora de Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa, Sônia Alten, da Secretaria Executiva de Promoção da Equidade Social (SEPES).
O estudo alerta para a necessidade de políticas de proteção específicas para esse público, diante do cenário de vulnerabilidade agravado pelo processo de envelhecimento populacional da região.
Sônia Alten destaca que muitas violências contra este público acontecem por falta de informação da própria família. “A falta de conhecimento da família leva até a morte do idoso, que muitas vezes não é bem alimentado e nem bem assistido. A família precisa saber que o idoso deve dormir 5 horas por noite, beber muita água e ter uma alimentação adequada”, pontua.
Embora concentre uma população mais jovem que a média nacional, o Nordeste tem envelhecido rapidamente. Em 2022, havia 47,9 idosos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, enquanto no Brasil esse índice era de 55,2. A idade mediana da população nordestina passou de 27 para 33 anos entre 2010 e 2022.
No mesmo período, a população total cresceu apenas 2,97%, enquanto o segmento dos idosos foi o que mais aumentou proporcionalmente. O número de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos caiu de 14,1 milhões para 11,5 milhões, uma redução de 18%.
Do DP