O Brasil alcançou a marca de 1,654 milhão de pessoas trabalhando por meio de aplicativos e plataformas digitais em 2024, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações fazem parte do módulo Trabalho por meio de plataformas digitais – 2024 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
O número representa um crescimento de 25,4% em relação a 2022, quando havia 1,319 milhão de trabalhadores nessa modalidade. Em apenas dois anos, o país registrou um acréscimo de 335 mil pessoas ocupadas por meio de aplicativos — um reflexo direto da transformação digital e da reconfiguração do mercado de trabalho brasileiro.
De acordo com o IBGE, o avanço está ligado principalmente à expansão de serviços mediados por tecnologia, como transporte de passageiros, entregas e serviços sob demanda. A pesquisa considerou apenas os trabalhadores para quem a atividade via plataformas era a ocupação principal na semana de referência, destacando o peso crescente desse modelo na economia nacional.
No setor de transporte, os condutores de automóveis se destacam: entre os 1,638 milhão que exerciam essa função como principal em 2024, 43,8% (824 mil) trabalhavam por meio de aplicativos, enquanto 56,2% (1,059 milhão) não utilizavam plataformas digitais.
Entre os motociclistas, cuja ocupação principal era exercida por 1,050 milhão de pessoas, 33,5% (351 mil) usavam aplicativos de entrega, enquanto a maioria, 66,5% (698 mil), não fazia uso dessas ferramentas digitais.
O levantamento evidencia a consolidação do trabalho por plataformas digitais no Brasil e reforça o papel da tecnologia na geração de renda, especialmente em um cenário de mudanças nas formas tradicionais de emprego. Segundo especialistas, o desafio agora está em garantir condições dignas e regulação adequada para esses trabalhadores, que se tornaram parte essencial da dinâmica econômica contemporânea.