Brasil

Polícia Federal investiga homem que faturou até R$ 620 milhões em apostas

A Polícia Federal (PF) deflagrou, ontem, 7 de fevereiro, a Operação SYMBOLIC, que é desdobramento da Operação HARVEST (MAR/22), com ênfase no combate a fraudes cambiais, evasão de divisas e lavagem de dinheiro cometidos no mercado de intermediação de pagamentos para plataformas de apostas e de investimentos no exterior.

Policiais federais cumprem, nas cidades de Curitiba/PR, Campinas/SP e São Paulo/SP, cinco mandados de busca e apreensão, além de ordens de indisponibilidade de bens e de valores que podem atingir R$ 620 milhões.

As medidas foram expedidas pela 22ª Vara da Justiça Federal em Porto Alegre e têm como foco pessoas que auxiliavam nas rotinas financeiras das operações, notadamente através de fraudes cambiais.

O principal investigado, um brasileiro radicado em Montevidéu/Uruguai, controlava um grupo de empresas com sede em Santana do Livramento, que movimentou, entre 2019 e 2023, cerca de R$ 15 bilhões.

O grupo de empresas atuava na intermediação de pagamentos vinculados a casas de apostas e plataformas de investimento do exterior, tendo estruturado processos de envio informal de dinheiro ao exterior e de lavagem de dinheiro.

Para tanto, o investigado trabalhava conjuntamente com pessoas radicadas no Brasil, na Argentina e na Espanha.

As remessas de dinheiro ao exterior se davam, em sua maior parcela, de maneira informal ou irregular, via dólar-cabo ou mercado de criptoativos.

O grupo mantinha um fundo estrangeiro responsável pela compensação remota de pagamentos no exterior.

Paralelamente, o grupo investigado contava com o apoio de uma exchange de criptoativos para efetuar a remessa de valores ao exterior de maneira totalmente informal.

A organização usava o mercado de câmbio formal para documentar o envio desse dinheiro para outros países – buscando dar aparência de regularidade às operações.

Uma corretora e um banco de câmbio estão sendo investigados por possível envolvimento nesses processos.

Além disso, empresas não diretamente ligadas à organização eram usadas para movimentar parcelas dos recursos de forma a burlar os sistemas de controle e de compliance dos bancos, bem como dissimular essas movimentações financeiras.

A PF suspeita de que essas ferramentas de intermediação financeira serviam para a lavagem de capitais de pessoas vinculadas a práticas de estelionato eletrônico e de tráfico de drogas, por exemplo.

A investigação é resultado de uma atuação conjunta da Delegacia de Polícia Federal em Santana do Livramento e do Grupo de Investigação para Repressão à Lavagem de Dinheiro e Crimes Financeiros (LAFIN/RS).

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