Mundo

Fevereiro deverá bater todos os recordes de altas temperaturas para o mês

O mês de fevereiro, que termina em 11 dias, poderá ser o mais novo recordista em altas temperaturas devido ao avanço do aquecimento global e o fenômeno El Niño, alertam os meteorologistas. Na metade do mês mais curto do ano, o pico de calor foi tão pronunciado que os gráficos climáticos entraram “em um novo patamar,” principalmente quando se leva em conta a superfície dos oceanos.

— O planeta está se aquecendo em um ritmo acelerado. Estamos observando rápidos aumentos de temperatura no oceano, o maior reservatório de calor do clima, explicou o chefe associado de modelagem de sistemas marinhos do Centro Nacional de Oceanografia do Reino Unido, Joel Hirschi, ao The Guardian. — A amplitude com que os registros anteriores de temperatura da superfície do mar foram superados em 2023 e agora em 2024 excede as expectativas, embora a compreensão do motivo disso seja objeto de pesquisa contínua.

Se o recorde se concretizar, fevereiro será o 8º mês a bater a marca, atrás de janeiro — o mais quente já registrado desde o início das medições —, dezembro, novembro, outubro, setembro, agosto, julho, junho e maio, nesta ordem, segundo o cientista Zeke Hausfather ao jornal britânico. A sucessão foi destaque do relatório do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas (C3S), divulgado em janeiro, que observou um aquecimento de 1,52ºC acima do período 1850-1900, algo que os cientistas chamam de “aviso à Humanidade”.

Mas fevereiro pode ser ainda mais intenso. Hausfather disse que o aumento da temperatura nas últimas semanas aponta para um aquecimento de 2ºC acima dos níveis pré-industriais. O cientista observa que esse superaquecimento deva ser o breve reflexo do ápice do El Niño, caso o fenômeno acompanhe o caminho do anos anteriores, e então comece a arrefecer nos próximos meses.

Isso, geralmente, poderia significar uma boa notícia se o fenômeno desse lugar ao La Niña, que reduz as temperaturas. Porém, aqui está outra preocupação para Hausfather: o fato de que o clima tem ficado cada vez menos previsível.

— [O ano passado] desafiou tanto as expectativas que é difícil ter tanta confiança nas abordagens que usamos para fazer essas previsões no passado, diz.

Deixe uma resposta