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Secretarias de educação de três estados mandam recolher livro ” O avesso da Pele”

O livro “O Avesso da Pele”, do escritor Jeferson Tenório, está no centro de uma polêmica iniciada após a diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira, em Santa Cruz do Sul (RS), pedir ao Ministério da Educação (MEC) o recolhimento dos exemplares distribuídos para alunos do ensino médio, alegando “vocabulário de baixo nível” e “vulgaridade” de termos utilizados na história.

O livro foi incluído no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) por meio de portaria publicada em setembro de 2022, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Antes disso, a obra passou por uma seleção publicada em edital de 2019, também durante o governo Bolsonaro.

Nesta quarta-feira (6), a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) determinou o recolhimento do livro das escolas estaduais com a justificativa da obra conter expressões, jargões e cenas de sexo consideradas inadequadas para menores de 18 anos.

No Mato Grosso do Sul, o governador do estado, Eduardo Riedel (PSDB), também determinou o recolhimento imediato do livro das escolas da Rede Estadual de Ensino, após enviar exemplares para 75 das 349 unidades escolares e receber críticas semelhantes. O mesmo cenário se repetiu no Paraná, onde o governo optou por retirar os exemplares das escolas estaduais de ensino médio.

O livro ainda recebeu censura no Rio Grande do Sul, mas a exclusão durou poucas horas. Após uma diretora de escola criticar o conteúdo da obra por considerá-lo vulgar, a 6ª Coordenadoria Estadual de Educação anunciou a remoção do livro. No entanto, a Secretaria de Educação do RS emitiu nota desautorizando a decisão.

“O Avesso da Pele” venceu prêmios literários, incluindo o Prêmio Jabuti, o mais importante do país, e trata de temas como racismo e sexualidade. Com informações do Metrópoles.

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