Brasil

Congresso faz mobilização para derrubar ‘saidinha’ de novo e Padilha vive fase de martírio com Lira

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, terá mais embates com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nos próximos dias. Um deles se refere ao veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao principal ponto do projeto de lei aprovado pelo Congresso, que proíbe a saída temporária de presos do regime semiaberto, a chamada “saidinha”, para que eles possam visitar a família.

O governo lavou as mãos durante as votações do tema, tanto no Senado quanto na Câmara, para não se indispor com outros partidos aliados que eram favoráveis ao fim da ‘saidinha’ ou estavam divididos sobre a conveniência do benefício. Agora, parlamentares prometem derrubar o veto de Lula, com apoio de Lira e das bancadas evangélica, do agro e da bala. Será mais um desgaste a ser debitado na conta de Padilha, que, nas palavras de Lula, vive um “martírio” como articulador político do Palácio do Planalto.

A segurança pública é o calcanhar de Aquiles do governo Lula e uma das maiores preocupações da população. A menos de seis meses das eleições municipais, o discurso contra a saída temporária dos presos ganha força e impulsiona a polarização entre apoiadores de Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No momento em que o Planalto tenta se aproximar do eleitorado evangélico, essa votação é um prato cheio para os bolsonaristas. “A chance de manter a ‘saidinha’ é zero. Nós não defendemos bandido”, disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), integrante da bancada evangélica. “O presidente só vetou no projeto o que era inconstitucional”, rebateu o líder do PCdoB, Márcio Jerry (MA).

Do Conteúdo Estadão

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