Uma única infusão de um tratamento baseado em células-tronco pode ter curado 10 de 12 pessoas com a forma mais grave de diabetes tipo 1. Um ano depois, esses 10 pacientes não precisam mais de insulina. Os outros dois necessitam de doses muito menores.
O tratamento experimental, chamado zimislecel e desenvolvido pela Vertex Pharmaceuticals, de Boston, envolve células-tronco que os cientistas induziram a se transformar em células de ilhotas pancreáticas, as responsáveis por produzir insulina e regular os níveis de glicose no sangue. As novas células foram infundidas e chegaram ao pâncreas, onde se estabeleceram.
O estudo foi apresentado na noite de sexta-feira no congresso anual da Associação Americana de Diabetes e publicado na revista científica The New England Journal of Medicine.
“É um trabalho pioneiro”, diz Mark Anderson, professor e diretor do centro de diabetes da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos. “Ficar livre da insulina muda a vida”, acrescentou Anderson, que não participou do estudo.
Assim como outras empresas farmacêuticas, a Vertex se recusou a divulgar o custo do tratamento antes da aprovação pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana.
Um porta-voz da Vertex afirmou que a empresa só tem dados da população estudada, portanto ainda não é possível afirmar se o medicamento ajudaria outras pessoas com diabetes tipo 1.
O diabetes tipo 1 responde por cerca de 10% do casos e é causado quando o sistema imunológico destrói as células das ilhotas pancreáticas. Um subconjunto dessas células, as células beta, produz insulina. Sem insulina, a glicose não consegue entrar nas células. Pacientes com tipo 1 precisam injetar doses cuidadosamente calibradas do hormônio para substituir a insulina que seus corpos não produzem.