Um projeto desenvolvido pela Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE), em Garanhuns, pretende disponibilizar leite de jumenta para hospitais neonatais do estado até o início de 2026. O objetivo é fornecer o leite para recém-nascidos, como uma alternativa ao leite materno.
A pesquisa, em fase avançada de testes laboratoriais, avalia a segurança, a conservação e o valor nutricional do produto, considerado o mais próximo ao leite humano em composição e menos propenso a causar alergias do que o leite de vaca.
Segundo Jorge Lucena, a ideia é que o leite de jumenta possa integrar tanto o SUS quanto o setor privado, seguindo um modelo
já adotado na Itália, onde UTIs neonatais só podem utilizar leite humano ou asinino.
Além de atender bebês que não podem consumir leite materno ou leite de vaca, a pesquisa também contribui para o meio ambiente. O estudante de veterinária Ruan Mendonça lembra que a espécie asinina está em risco no Brasil.
Estimativas da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos apontam que, entre 1996 e 2025, mais de um milhão de animais foram abatidos no Brasil. Nesse período, a população caiu de 1,37 milhão para pouco mais de 78 mil, uma redução de 94%.