Famosos

Um toque de saudade com Naldinho Rodrigues

Nesta sexta-feira, dia 12 de abril, se estivesse vivo, completaria 93 anos. Me refiro a Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, conhecido artisticamente como Chico Anysio. Foi um humorista, ator, radioator, produtor, locutor, roteirista, escritor, dublador, apresentador, compositor e outra à outra função, falarei no final. Chico Anysio nasceu no dia 12 de abril de 1931 em Maranguape, Ceará.

Aos oito anos de idade, saiu do Ceará com destino ao rio de janeiro, foi trabalhar, aos 17 anos, na Rádio Guanabara, onde exerceu diversas tarefas, dentre as quais, podemos citar comentarista de futebol, locutor de rádio e rádio ator. Nesta época, Chico Anysio chegou a comandar 3 programas por semana. Começava, então, a história do maior humorista que o Brasil já teve. Em 1957, estreia na televisão (Tv Rio) em um programa humorístico chamado “aí vem dona Laura”, em seguida, ainda no mesmo canal, participa da praça da alegria, domingo alegre, só tem tantã e noite de galã.

Na época das chanchadas, criava diálogos para os filmes da Atlântida cinematográfica e ainda participou de alguns filmes como ator. Na tv tupi, na década de 60, cria o Chico Anysio show (apresentado nas tvs Tupi e Excelsior) e, ao mesmo tempo, apresenta o programa o homem e o riso. Nesta época, Chico Anysio também já tinha demonstrado suas habilidades sem espetáculos de stand up comedy. A sua estreia a rede globo de televisão acontece no ano de 1968, com o programa Chico Especial. Em 1971, num programa chamado Chico City, Chico cria mais de 200 personagens conquistando popularidade interpretando: Alberto Roberto, Tavares, Pantaleão, Bozó e muitos, muitos outros. Ainda na Globo, criou os seguintes programas: Chico Total, Chico Anysio Show e a famosa escolinha do Professor Raimundo.

Chico Anysio, além de seu humor fino, compôs mais de 300 músicas (algumas gravadas por grandes cantoras como Dolores Duran e Dalva de Oliveira). Esteve à frente de diversos espetáculos teatrais (uma noite com Chico Anysio, Olha eu aí outra vez, o Fofo e Chico. Tom, por exemplo). Além disso, publicou diversos livros (O batizado da Dama, como segurar seu casamento, o enterro do anão, a curva do calombo, feijoada na copa, o tocador de tuba, etc.).

Este incansável brasileiro ainda achou tempo para dedicar-se à pintura, expôs mais de 37 vezes, e produziu mais de 300 telas.. Chico Anysio recebeu, no ano de 2000, em Brasília, uma homenagem que o colocava entre os 20 brasileiros vivos mais importantes do século, ao lado de pessoas como Pelé, Raquel de Queiroz e Emerson Fittipaldi. Chico Anysio também foi danado no lado amoroso, casou 6 vezes e teve 7 filhos (seis filhos e uma mulher) filha dele e da ex-ministra Zélia Cardoso de Melo). Alguns dos seus filhos são humoristas, com destaque para Bruno Mazzeo.

A carreira brilhante e interminável de Chico Anysio também teve espaço para a música. Entre os anos 1950 e 1990, também lançou discos, sempre com uma verve cômica. Formou o grupo Baiano e Os Novos Caetanos, com o serra-talhadense Arnaud Rodrigues e Renato Piau. E foi justamente com Arnaud Rodrigues que ele fez bastante sucesso gravando músicas, e algumas delas conquistando a simpatia do público. A partir dos anos 2000, já um pouco cansado, Chico Anysio dedicou-se mais as participações especiais. Já tinha feito pontas em novelas, como “Que rei sou eu” (1989). E ganhou personagens fixos em Sinhá Moça e Pé na Jaca, ambos em 2006.

Chico Anysio, um talento que partiu no dia 23 de março de 2012, e jamais será substituído com tanta qualidade. Se tivemos Pelé no futebol, Luiz Gonzaga na música, Ayrton Sena na fórmula 1, podemos muito bem classificar Chico Anysio como o melhor no humor. Ou não?

Se alguém tem dúvida, não custa nada tirá-la, curtindo Chico Anysio cantando ao lado de Arnaud Rodrigues (Serra Talhada) no grupo Baiano e Os Novos Caetanos, o sucesso: O Urubu Tá com Raiva do Boi…

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